Turismo, cotidianos e comida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25145/j.pasos.2020.18.014

Palavras-chave:

Comida cotidiana, Italianidade, Turismo, Modos de vida em mudança.

Resumo

Na segunda metade do século XIX Antônio Prado, surge como resultado dos fluxos migratórios italianos, cujo processo de colonização levou os imigrantes e migrantes a mudanças culturais intensas. Considerando este cenário, este artigo tem como objetivo refletir sobre as mudanças nos modos de vida de famílias ítalo-brasileiras a partir das práticas alimentares cotidianas. A comida, neste contexto, é interpretada como marcador de identidade e ligada a uma rede de significações da sociedade local, como um texto, que descreve os processos socioculturais de um grupo. Para tanto, utilizou-se a história oral como instrumento de pesquisa e foram realizadas entrevistas semiestruturadas com senhoras pradenses, além de pesquisa histórico documental. Os resultados demonstram que a alimentação ítalo-brasileira é híbrida, reflete os processos de mudanças nos modos de vida da comunidade e, atualmente, passa a ser usada como produto de consumo turístico caracterizada como marcador de identidade local, cuja experiência gastronômica é fonte de diálogo intercultural.

 

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Os nomes são fictícios, para preservar as entrevistadas, mas mantendo a identidade das mesmas.

Fontes: Fundação de Economia e Estatística do RS, disponível em HYPERLINK "http://www.fee.rs.gov.br/perfil-socioeconomico/municipios/detalhe/?municipio=Ant%F4nio+Prado" http://www.fee.rs.gov.br/perfil-socioeconomico/municipios/detalhe/?municipio=Ant%F4nio+Prado; e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, disponível em HYPERLINK "http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=430080" http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=430080, ambos com acesso em 15 DEZ 2015. Nome que davam às terras que haviam sido concedidas pelo Governo” (LORENZONI, 1975: 64).

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Publicado

2020-04-15

Como Citar

Costa Beber, A. M., & Gastal, S. (2020). Turismo, cotidianos e comida. PASOS Revista De Turismo Y Patrimonio Cultural, 18(2), 207–217. https://doi.org/10.25145/j.pasos.2020.18.014