Culturas do Turismo de Massa (Novas Direcções na Análise do Turismo)
DOI:
https://doi.org/10.25145/j.pasos.2010.08.068Palavras-chave:
Mediterrâneo, Turismo, Cultura do turismo de massasResumo
"O Mediterrâneo é frequentemente definido como uma região ferida, sujeita ao impacto de forças externas, uma região que deve ser preservada das invasões externas. Este livro responde à nossa insatisfação com essa avaliação".
Esta forte declaração aparece na introdução assinada pelos três editores
e deixa pouca margem para dúvidas quanto à abordagem que pretendem adoptar em relação à realidade turística mediterrânica. O seu objectivo é fazer-nos abandonar uma visão antiquada que contrasta a modernidade europeia com o primitivismo mediterrânico, um mar que define uma região que, de acordo com este estereótipo, pode ser vista como uma unidade ecológica e social. Com base nesta visão, grande parte da bi-bliografia que tenta analisar o turismo no Mediterrâneo é alimentada pela tendência da Condessa para considerar as diferentes sociedades locais como entidades atrasadas que, atingidas pelas "hordas de ouro", venderam os seus valores culturais originais por um prato de lentilhas. A palavra-chave neste modelo mental romântico é dependência: os países atrasados do Mediterrâneo foram invadidos por empresas estrangeiras que conceberam o seu futuro a partir do Norte, sem qualquer consideração pelas necessidades económicas e culturais dos "nativos". Como os editores assinalam correctamente no epílogo do livro, este modelo mental foi tão bem aceite que acabou por ser adoptado como uma carta entre os próprios habitantes do Mediterrâneo, que assim rejeitam as suas responsabilidades, uma vez que a maior parte do processo foi efectivamente gerido (pensamos que seria injusto dizer que foi dirigido) a partir do Sul.
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