Da perseverança da igreja em estados autoritários ao turismo de inspiração religiosa dos dias de hoje
DOI:
https://doi.org/10.25145/j.pasos.2019.17.074Palavras-chave:
Autoritativo, Democrático, Esquemas, Peregrinação, Religião e turismoResumo
Uma análise cronológica das peregrinações cristãs ao longo de cerca de 2.000 anos de existência sugere que houve oscilações no seu nível de popularidade: fortes sempre que as classes dirigentes, sejam religiosas ou civis) protegem os santuários populares e declinam sempre que as políticas restringem a prática das peregrinações. Este artigo começa com a caracterização de dois regimes autoritários, um fascista num país da Europa Ocidental, Portugal 1928-1974): e um comunista num país da Europa Central, Eslováquia 1948-1989): nessa altura parte da Checoslováquia. O objectivo desta pesquisa era explorar o status quo durante o período de governo dos dois regimes autoritários, analisar a abordagem adoptada por cada regime em relação às manifestações religiosas e como, com a eventual transição para a democracia, serviu para determinar as dinâmicas em torno do santuário principal de peregrinação de cada país, respectivamente Fátima Portugal) e Levo?a Eslováquia. Os resultados da pesquisa mostram que em Portugal não houve interrupção na crescente popularidade e desenvolvimento de Fátima, desde os regimes autoritários até aos regimes democráticos. Entretanto, na Eslováquia só depois do restabelecimento da democracia, foi permitido às pessoas manifestarem livremente as suas crenças religiosas, o que levou a um renascimento das peregrinações e visitas a Levo?a. Os resultados permitem compreender o papel do Estado sob regimes autoritários e as políticas implementadas que levaram à importância e ao potencial dos dois santuários como destinos de turismo religioso.
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