A relação entre a acção pública e o turismo sob várias perspectivas: ideias, actores e instituições.

Resumo

O urismo é um fenômeno situado e seu desenvolvimento gera dinâmicas sociais, culturais, ambientais e econômicas com efeitos tanto positivos quanto negativos. É por isso que a importância do papel dos agentes públicos, dos atores envolvidos na gestão do coletivo, da política de turismo ou, em outras palavras, do que acontece no espaço público, é inquestionável. Nesta edição, todos os artigos refletem sobre diferentes dimensões da relação entre ação pública e turismo.
Usamos o termo ação pública embora estejamos conscientes da sua elasticidade. Entendemos a ação pública como sendo as iniciativas de governos legítimos que, em contextos democráticos, têm a responsabilidade de tomar decisões para melhorar o espaço do coletivo, naturalmente de acordo com os princípios e valores de sua ideologia, já que estamos no mundo da política. Mas queremos concentrar-nos expressamente na análise. Estamos a falar de acção ou acções. É por isso que o nosso trabalho está orientado para o campo das políticas e/ou programas concebidos e implementados pelos governos a diferentes níveis.
Os diferentes trabalhos mostram que este é um campo de análise muito amplo que permite perguntas muito diversas que podem ser respondidas a partir de uma pluralidade de abordagens disciplinares e analíticas. Na verdade, há abundante literatura sobre o assunto e, cada vez mais claramente, assume-se que o turismo gera conflitos que têm de ser enfrentados pelos governos, superando a resistência em ligar as ideias de turismo e conflito.
A grande maioria das comunicações deste número foram apresentadas numa primeira versão ao Congresso do GIGAPP realizado em Madrid em Outubro de 2015, a um Grupo de Trabalho coordenado pelos autores deste editorial sob o título "Políticas de Turismo: Propostas Metodológicas, Casos e Análise Comparativa". A sua variedade e riqueza é representativa do crescente interesse por esta questão.
Da leitura dos diferentes artigos pode-se afirmar que a variedade é a característica mais significativa, no entanto existem questões que cruzam todas as reflexões da presente monografia. Em primeiro lugar, os problemas que afectam o governo dos destinos, ou a acção pública no domínio do turismo, são complexos e transversais e envolvem a intervenção de actores com lógicas e perspectivas muito diferentes. Em segundo lugar, que é cada vez mais necessário melhorar a análise de campo da ação pública no campo do turismo e do governo de destino, e que neste sentido é essencial incorporar novas perspectivas, mais qualitativas e novas metodologias geradas em diversas ciências sociais, com o objetivo de complementar os estudos quantitativos predominantes e suas limitações. Por
A relação entre a ação pública e o turismo sob diversas perspectivas
Finalmente, uma idéia presente em todos é a necessidade de buscar complementaridades com teorias e modelos que vêm de outros campos científicos.