O folclore como recurso na construção da imagem turística do Alto Minho (Portugal)
DOI:
https://doi.org/10.25145/j.pasos.2022.20.082Palavras-chave:
Folclore, autenticidade, destino turistico, IdentidadeResumo
Os objectivos da investigação centram-se no estudo e avaliação do folclore como um recurso importante que molda a imagem do Alto Minho (Portugal). Pretendemos analisar as repercussões da utilização destas manifestações de cultura popular na formulação da imagem do destino. Também pretendemos saber até que ponto estas manifestações folclóricas alargaram a sua função de afirmação da identidade cultural da comunidade de acolhimento. E como discutir uma possível desconstrução da identidade provocada pelo turismo? O desenho da investigação segue uma matriz etnográfica com o uso de metodologias dedutivas. O fio narrativo apresenta uma dualidade na forma como o folclore é concebido, cuja análise se centra no confronto e sobreposição do padrão chamado "recomposição de paradigma" vs. "estilização", o primeiro formulando o folclore como uma representação de costumes e tradições do passado, o segundo expressando-o como um "objecto" em si mesmo.
Downloads
Referências
Alves, V. M. (2013). Arte popular e nação no Estado Novo. Política folclorista do Secretariado da Propaganda Nacional. Lisboa: ICS.
Barreto, M. (2000). Turismo e legado cultural. Campinas: Papirus.
Bourdieu, P. (1989). O poder simbólico. Lisboa: Difel.
Baudrillard, J. (1991). Simulacros e simulações. Lisboa: Relógio D’água.
Beerli, A. & Martin, J. (2004). Factors influencing destination image. Annals of Tourism Research, 31(3): 657-681. https://doi.org/10.1016/j.annals.2004.01.010
Branco, J. F. (1999). A fluidez dos limites: discursos etnográficos e movimento folclórico em Portugal. Etnográfica, 3(1): 23-48. http://hdl.handle.net/10071/625
Carvalho, J. S. (1999). O folclórico Alto Minho: Abel Viana e o romantismo naturalista. Revista Portuguesa de Musicologia, 9: 53-62.
Carvalho, J. (1996). A Nação Folclórica: Projeção Nacional, Política Cultural e Etnicidade em Portugal. Revista Transcultural de Música, 2: 1-7.
Castro, M. C. (1979). A disciplina no folclore. In I Congresso da Federação do Folclore Português, Vila do Conde no dia 27 de maio de 1978: Trabalhos e conclusões (pp.19-21). [s. l.]: FFP.
Cerqueira, B. (2006). Dem, Serra D’Arga: suas histórias, suas gentes, seus costumes, tradições, folclore e etnografia. Viana do Castelo: Ed. Autor.
Choi, S.; Lehto, X. & Morrison, A. (2007). Destination image representation on the web. Tourism Management, 28: 118-129.
Comunidade Intermunicipal Alto Minho (2014). Estratégia e plano global de ação – Alto minho 2020. Viana do Castelo: CIM Alto Minho e Augusto Mateus associados.
Confederação Empresarial do Alto Minho (2017). Desenvolvimento económico, social e territorial do Alto Minho. Braga: CEVAL.
Davis, S. (2002). Brand asset management: how businesses can profit from the power of brand. Journal of Consumer Marketing, 19 (4): 351-358.
https://doi.org/10.1108/07363760210433654
Escaleira, J. (2009). Folclore: entre a tradição e a modernidade. O espetáculo. Cadernos Vianenses 43: 267-277.
Etchner, C. M.; Ritchie, J. (2003). The meaning and measurement of destination image. The Journal of Tourism Studies, 14 (1): 37-48.
https://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.89.3276&rep=rep1&type=pdf
Etchner, C. M.; Ritchie, J. R. B. (1993). The measurement of destination image. an empirical assessment. Journal of Travel, 31 (4), 3-13. https://doi.org/10.1177/004728759303100402
FFP Federação do Folclore Português (2018). Estatutos da Federação do Folclore Português. Revisão. Arcozelo: FFP.
Fortuna, C. (1995). Turismo, autenticidade e cultura urbana. Revista Crítica de Ciências Sociais – Turismo, Cultura e Lazer, 43: 11-45. http://hdl.handle.net/10316/11590
Gallarza, M.G.; Gil-Saura, I. & Holbrook, M.B. (2011) The value of value: further excursions on the meaning and role of customer value. Journal of Consumer Behaviour, 10: 179-191. http://dx.doi.org/10.1002/cb.328
Gallarza, M.; Saura, I. & Garcia, H. (2002). Destination image towards a conceptual framework. Annals of Tourism Research, 29 (1), 56-78. https://doi.org/10.1177/0047287515619693
Gallop, R. (1961). Portugal. A book of folk-ways. Cambridg: University Press.
Hobsbawm, E.; Ranger, T. (eds.) (1983). The invention of tradition. Cambridge: The Press Syndicate of the University of Cambridge.
Greenwood, D. (1977). Culture by the pound: an anthropological perspective on tourism cultural commoditization. In Smith, V. (ed.), Hosts and guests: the anthropological tourism (pp.129-238). Blackwell Publishers.
ICTM International Council for Traditional Music (2019). Yearbook for the traditional music. Cmbridge: Cambridge University Press.
Jana, J. E. A. (1990). O grupo folclórico como instrumento de animação social. In II Congresso de Folclore do Ribatejo, 1989: Comunicações, recomendações e propostas (pp. 89-95). Santarém: Região de Turismo do Ribatejo.
Kastenholz, E. (2002). O papel da imagem do destino no comportamento do turista e implicações em termos de marketing: o caso do Norte de Portugal. Aveiro: UA.
Linhares, A.; Henriques, C. & Moreira, M. C. (2014). Turismo e folclore: o papel da valorização das danças populares pelos grupos folclóricos de Viana do Castelo. Turismo & Desenvolvimento, 21/22: 57-65.
McDaniel & Gates (2004). Pesquisa de marketing of destination image. The Journal of Tourism Studies, 2 (2): 2-12.
McIntosh, A. J. (1999). Affirming authenticity: consuming cultural heritage. Annals of Tourism Research, 26(3): 589-612. https://doi.org/10.1016/S0160-7383(99)00010-9
Mello, P. H. (1971). Folclore. Lisboa: Ática.
Pereiro Pérez, X. (2013). Turismo cultural. Uma visão antropológica. Maia: Ed. ISMAI e CEDTUR.
Pizam, A. (1994) Planning a tourism research investigation. In Ritchie, J.R.B. & Goeldner, C.R. (eds), Travel, Tourism and Hospitality Research: a Handbook for Managers and Researchers (pp.91-104). 2nd edn. New York: John Wiley and Sons Inc..
Quivy & Campenhoudt (2005). Manual de investigação em ciências sociais. Lisboa: Gradiva.
Santagata, W. (2004). Cultural districts and economic development – Woring papers series, International Centre for Research on the Economics of Culture, Working paper nº 01/ 2004. Torino: Universitá di Torino.
Santana Talavera, A. (2003). Turismo Cultural, culturas turísticas”. Horizontes Antropológicos, 9(20): 31-57. https://doi.org/10.1590/S0104-71832003000200003
Santana Talavera, A. (1994). Encuentros turísticos: efectos de los estereótipos en los cambios socioculturales. Estudios y Perspectivas en Turismo, 3. http://dx.doi.org/10.3989/dra.2020.001a
Scott, A. (2000). The cultural economy of cities. London: Sage.
Silva, A. S. (1994). Tempos cruzados: um estudo interpretativo da cultura popular. Porto: Afrontamento.
Soromenho, M. (2003). A Federação do Folclore Português – A reconstituição do Folclore em democracia”. In Branco, S. C.; Branco, J. F., (org.), (2003), Vozes do Povo – A folclorização em Portugal (pp. 245-263). Celta: Oeiras.
Vasconcelos, J. (2001). Estéticas e políticas do folclore. Análise Social, 36(158-159): 399-433.
Vasconcelos, J. (2003). O Povo enquanto líbido no folclorismo poético de Pedro Homem de Melo. In Branco, S. C.; Branco, J. F., (org.), Vozes do Povo – A folclorização em Portugal. Celta: Oeiras.
Vasconcelos, J. (1997a). Tempos remotos: a presença do passado na objectificação da cultura local. Etnográfica, 1(2): 213-235.
Vasconcelos, J. (1997b). Usos do passado na Serra de Arga: tradição e objectificação da Cultura Local. Lisboa: ICS.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Maria Odete Gonçalves, Eduardo Gonçalves
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Confirmo que o trabalho é original (de minha/nossa autoria), e que não será submetido a outras revistas ou publicações até a resolução final do processo de revisão em PASOS, RTPC.
Autorizo a publicação do meu trabalho por PASOS, PSTN de acesso livre e aberto em qualquer dos formatos que considere oportuno, por tempo indeterminado e como colaboração não remunerada.
Da mesma forma, o(s) autor(es) entende(m) que o trabalho publicado pode ser vinculado ou depositado em qualquer servidor ou incluído em outras publicações (republicação), desde que o novo local e/ou a nova edição façam referência à publicação original e reconheçam a autoria e propriedade de direitos autorais das publicações PASOS RTPC.
Os autores entendem que uma verificação de plágio autoplágio será realizada, e o artigo poderá ser removido a qualquer momento do fluxo editorial.