Uma aldeia milenar da Ribeira Lima: a sacralização do seu espaço paroquial
DOI:
https://doi.org/10.25145/j.pasos.2014.12.014Palavras-chave:
Cultura imaterial, identidades, sistemas de representaçãoResumo
As paróquias portuguesas do Entre-Douro-e-Minho estruturaram-se e individualizaram-se nos alvores do II milénio. Por norma tomaram um santo como padroeiro e construíram uma igreja que foi sagrada pelo bispo ou por uma figura da igreja a seu mando. A primeira forma de sacralizar o território paroquial foi construir uma igreja com formato cruciforme, a segunda foi delimitar o espaço paroquial colocando cruzes em penedos e marcos. Desta maneira se impedia que os espíritos maléficos viessem infernizar a vida dos pobres camponeses e retaliar a sua adesão à fé cristã com a difusão de pragas, tempestades, morte de animais e destruição de colheitas. Para aumentar a protecção no interior da paróquia construíram-se também capelas, cruzeiros e alminhas. Protegeram-se as portas das casas, dos moinhos e os espigueiros com cruciformes e pinturas a branco, símbolo da pureza. Finalmente, tomaram o sino como símbolo de união entre os paroquianos e como voz que é capaz de esconjurar os males que viajam com a escuridão da noite.
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