As culturas do turismo de massas. Novas direcções na análise do turismo
DOI:
https://doi.org/10.25145/j.pasos.2010.08.061Palavras-chave:
turismo de massas, turismo, análise do turismoResumo
"O Mediterrâneo parece ser frequentemente uma região ferida, sujeita ao impacto de forças externas, uma região que deve ser preservada das invasões externas. Este livro responde à nossa insatisfação com essa avaliação".
Esta forte afirmação aparece na introdução assinada pelos três editores e deixa pouca margem para dúvidas sobre a abordagem com que pretendem abordar a realidade turística mediterrânica. O seu objectivo é fazer-nos abandonar uma visão antiquada que traz a modernidade europeia para o Mediterrâneo primitivo, um mar que define uma região que, segundo este estereótipo, pode ser vista como uma unidade ecológica e social. Segundo esta visão, grande parte da literatura que tenta analisar o turismo no Mediterrâneo é alimentada pela condescendência, considerando as diferentes sociedades locais como entidades atrasadas que, atingidas pelas "horas de ouro", venderam os seus valores culturais originais por um prato de lentilhas. A palavra-chave neste modelo mental romântico é dependência: os países atrasados do Mediterrâneo foram invadidos por empresas estrangeiras que conceberam o seu futuro a partir do Norte, sem qualquer consideração pelas necessidades económicas e culturais dos "nativos". Como os editores assinalam correctamente no epílogo do livro, este modelo mental foi tão bem aceite que acabou por ser adoptado como uma carta entre os próprios povos do Mediterrâneo, que assim rejeitam as suas responsabilidades, uma vez que a maior parte do processo foi efectivamente gerido (pensamos que seria injusto dizer que foi dirigido) a partir do Sul.
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