Áreas protegidas, turismo e percursos pedestres. O perfil do pedestrianista na Serra da Lousã
DOI:
https://doi.org/10.25145/j.pasos.2022.20.062Palavras-chave:
áreas protegidas, turismo, percursos pedestres, pedestrianismo, Serra da LousãResumo
Os modelos de gestão das áreas protegidas têm procurado promover uma gestão integrada dos vários usos que têm na sua génese, sendo a conservação e cumprimento das funções ambientais cruciais para a manutenção e preservação de ecossistemas e habitats. Entre as tendências mais proeminentes, sobretudo nas últimas décadas, a atividade turística e de lazer nas áreas protegidas e/ou classificadas apresenta um especial destaque nas “novas” funções que estes espaços têm registado, com especial destaque para aquelas que se enquadram nos segmentos de turismo de natureza e ativo, com baixas emissões de carbono e com públicos, tendencialmente, mais consciencializados e com maior literacia ambiental. Considerando que os percursos pedestres e a prática de pedestrianismo se encontram entre as infraestruturas e práticas com maior difusão e importância na generalidade das áreas protegidas a nível mundial, a presente investigação assume como principais objetivos conhecer o perfil dos pedestrianistas que visitam o trilho PR1 GOI (Serra da Lousã, Portugal) e compará-lo com os resultados obtidos em outros estudos realizados no quadro da literatura científica internacional. Os dados obtidos através de inquérito por questionário aplicado por Cordeiro (2017) aos pedestrianistas, permitem concluir que o perfil identificado se encontra em linha com o descrito em outros estudos, destacando-se uma distribuição homogénea por género, com idade compreendida entre 18 e 35 anos e ensino superior completo, apresentando como principal motivo para a realização do percurso o contacto com a natureza, e realizando a atividade, predominantemente, em grupo. Em síntese, é possível aferir a importância do conhecimento dos perfis, práticas e motivações dos pedestrianistas, para que os agentes de desenvolvimento dos territórios (públicos e privados) possam adequar as suas estratégias de atuação e planeamento da atividade turística.
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