Cartografia social como instrumento para a investigação participativa no território. Diagnóstico de paisagens ancestrais em comunidades indígenas da Amazónia equatoriana

Resumo

A análise e caracterização da paisagem é geralmente realizada de um ponto de vista quantitativo, ou seja, o seu valor é estabelecido em relação às suas características físicas e à potencial exploração dos seus recursos. No entanto, a implementação de diagnósticos e diagnósticos mal orientados e a aplicação de estratégias de gestão ineficazes questionam estas metodologias e mostram a necessidade de gerar novas epistemologias e métodos de investigação qualitativa sobre a relação sujeito-local. O objectivo é analisar o potencial da cartografia social como instrumento de investigação de acção participativa (PAR) para representar e caracterizar paisagens ancestrais na Amazónia equatoriana. Para este fim, foram consideradas narrativas comunitárias que permitem o registo de elementos físicos do território, bem como simbólicos e culturais. Conclui-se que a cartografia social é uma estratégia fundamental de soberania e um instrumento político para se tomar consciência da realidade das comunidades, tanto de dentro como de fora.