Práticas socialmente empreendedoras no setor turístico: análise das condições das Organizações do Terceiro Setor (OTS) cabo-verdianas para essa missão

Autores/as

  • Carlos Morais

DOI:

https://doi.org/10.25145/j.pasos.2019.17.038

Palabras clave:

Turismo, empreendedorismo social, sustentabilidade, organizações do terceiro setor (OTS), capital social, capital humano, capital financeiro

Resumen

O turismo está em franco crescimento desde há seis décadas. É um fenómeno que desperta grande interesse político, muito devido à potencialidade que lhe atribuem na promoção do crescimento económico dos territórios em que se estabelece, particularmente naqueles que procuram encontrar caminhos para se tornarem desenvolvidos. Mas desde a sua consolidação é, também, frequentemente apontado como um agente causador de desequilíbrios ambientais e socioeconómicos em muitos países economicamente débeis.   

Com base nessas asserções, o presente estudo procura explorar a noção de empreendedorismo social – admitido como um padrão de desenvolvimento sustentável e um potencial instrumento para a resolução desses desequilíbrios – como mecanismo para a intervenção das OTS no contexto turístico de Cabo Verde – país de desenvolvimento médio que aposta no turismo como setor estratégico de desenvolvimento.

Assente na metodologia qualitativa, o seu principal objetivo foi avaliar as condições do contexto turístico cabo-verdiano, particularmente da ilha da Boa Vista, visando a implementação de iniciativas de empreendedorismo social concebidas por OTS nacionais e locais. Especificamente, propôs-se aferir se essas organizações estão munidas de capital social, humano e financeiro, tidos como recursos essenciais para se empreender socialmente.

Os resultados dão conta de um contexto que se depara com vários problemas sociais e económicos, mas que apresenta, também, recursos e oportunidades suscetíveis de serem valorizadas e potencializadas para fins turísticos, sendo que, o empreendedorismo social é percebido como um mecanismo oportuno para esse fim e, igualmente, um potencial agente de mitigação dos desequilíbrios provocados pelo turismo massificado. Porém, a cadeia produtiva do setor turístico é integrado verticalmente e controlado por grandes operadores estrangeiros. Participar desse circuito exige que as OTS tenham, efetivamente, estruturas organizacionais e gestionárias competentes. Mas apresentam, contrariamente, reduzidos níveis de capital humano e social, o que também os condicionam na mobilização de capital financeiro. Conclui-se, pois, que, grosso modo, as OTS cabo-verdianas, especialmente as da Boa Vista, ainda não reúnem as condições necessárias para fomentar e dinamizar o empreendedorismo social no setor turístico.

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Publicado

2019-03-20

Cómo citar

Morais, C. (2019). Práticas socialmente empreendedoras no setor turístico: análise das condições das Organizações do Terceiro Setor (OTS) cabo-verdianas para essa missão. PASOS Revista De Turismo Y Patrimonio Cultural, 17(3), 541–553. https://doi.org/10.25145/j.pasos.2019.17.038

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